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Impacto da pandemia de COVID-19 na saúde materno-infantil

A infecção pelo SARS-CoV-2 tem desafiado a todos em função da diversidade de manifestações clínicas, alta transmissibilidade, falta de tratamento específico, métodos de rastreamento e diagnóstico inadequados, falta de vacinas e acarretando elevado impacto social e econômico em todo mundo. 

As gestantes experimentam alterações imunológicas e fisiológicas que podem aumentar o risco de infecções respiratórias mais graves. A maioria das gestantes apresenta sintomas leves ou moderados de uma gripe podendo apresentar tosse, febre, falta de ar, dor de cabeça e perda ou alteração do olfato ou paladar. Recentemente o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) apresentou relatório de 326.335 mulheres americanas em idade reprodutiva (15 a 44 anos) que apresentaram resultados positivos para o SARS-CoV-2 incluindo 8.207 gestantes. Após os devidos ajustes para idade, presença de condições médicas subjacentes e raça / etnia, observou-se que entre as mulheres em idade reprodutiva com COVID-19, as gestantes apresentaram maior probabilidade de serem hospitalizadas, risco aumentado de internação em UTI e de serem submetidas a ventilação mecânica. O risco de morte estimado de 0,2% embora semelhante às mulheres não grávidas é elevado (2 a cada 1.000 gestantes). Neste sentido, as gestantes devem ser aconselhadas sobre o risco potencial de doença grave por COVID-19, e seguir todas as recomendações para a prevenção da infecção por SARS-CoV-2.

Em relação aos efeitos da infecção pelo COVID-19 sobre a evolução da gestação as evidências sugerem que não há aumento de abortamentos apesar da comprovação da sua transmissão durante a gravidez ou o nascimento (transmissão vertical). Observa-se aumento de nascimentos prematuros particularmente associado à gravidade do quadro clínico materno. Não estando claro se a prematuridade foi desencadeada pelo quadro infeccioso ou foi determinada por indicação médica para benefício da saúde das gestantes.

Recomenda-se que as gestantes priorizem os cuidados da assistência pré-natal com atendimentos presenciais alternados com consultas por telemedicina, realizando regularmente os exames laboratoriais e de imagens (ultrassonografia, perfil biofísico fetal e ecocardiografia fetal), imunizações, orientações nutricionais e de qualidade de vida. Seguir regularmente as orientações de distanciamento social e interações com outras pessoas, tomando todas precauções preventivas de contágio discutindo com o seu obstetra sobre as maneiras possíveis de se manter saudável durante uma pandemia de COVID-19.