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O uso combinado de biomarcadores angiogênicos no diagnóstico da pré-eclâmpsia e na predição de suas complicações

A pré-eclâmpsia é uma síndrome hipertensiva que afeta 2% a 8% de gravidezes sendo caracterizada por dano endotelial universal e comprometimento de múltiplos órgãos. A definição de pré-eclâmpsia que incluía a presença de hipertensão arterial e perda de proteínas na urina após 20 semanas de gestação, expandiu para a inclusão da associação da hipertensão com disfunção renal e hepática e a redução do número de plaquetas. A pré-eclâmpsia pode ser classificada como de início precoce (antes de 34 semanas de gestação) e de início tardio (a partir de 34 semanas de gestação). A gravidade da doença varia de leve a grave, que pode evoluir para complicações potencialmente ameaçadoras à vida, como disfunção de múltiplos órgãos, convulsões e eventualmente o óbito materno ou fetal.

O padrão atual para o diagnóstico de pré-eclâmpsia tem pouca capacidade preditiva para resultados adversos relacionados à pré-eclâmpsia. Algumas diretrizes baseadas em evidências incluem o uso de biomarcadores angiogênicos no contexto do rastreamento e diagnóstico da pré-eclâmpsia. Em estudo recente (Stepan H , Hund M e Andraczek T. Hypertension: 2020 Apr;75(4):918-26) os autores discorrem sobre este assunto e enfatizam que fatores relacionados à angiogênese placentária, incluindo sFlt-1 e PlGF, desempenham papel importante no determinismo da pré-eclâmpsia.

Os testes de diagnóstico utilizando esses biomarcadores podem melhorar o diagnóstico precoce e facilitar a previsão dos resultados maternos e fetais adversos. O uso combinado destes biomarcadores com características clínicas da gestante, medida da pressão arterial, dopplervelocimetria das artérias uterinas e das artérias oftálmicas pode melhorar a previsão e o diagnóstico de pré-eclâmpsia durante toda a gravidez. A implementação do uso combinado destes marcadores na prática clínica, permitirá a redução das complicações e mortes como consequência da pré-eclâmpsia.